Sunday, May 31, 2009

Uma aventura na Barra


Era uma vez um grupo de amigos que foi passar as férias à Barra. Estes amigos chamavam-se: Nuno, Eduardo, Filipa e Gabriela. Quando lá chegaram, montaram as tendas no parque de campismo, foram comer um gelado porque ficaram cheios de calor e decidiram ir dar um passeio. Primeiro, os amigos foram visitar a igreja e depois foram para a praia.
- Está tanto calor! Vamos dar um mergulho? – disse o Nuno.
Puseram as mochilas todas num monte, estenderam as toalhas na areia e foram imediatamente a correr para o mar.
- Ai, esta água está tão gelada! – disse a Filipa, voltando para trás.
- Não está nada! – disseram os amigos, e puxaram-na para a água.
No fim do banho, deitaram-se ao sol, comeram sandes e beberam sumos. Depois, os rapazes jogaram à bola e as meninas jogaram com raquetes.
Nessa tarde, resolveram ir visitar o farol. Quando chegaram lá, tiveram que subir duzentos e setenta e um degraus em pedra, por uma escada de caracol.
- Custa muito subir tantos degraus – queixou-se a Gabriela.
- Mas faz muito bem à saúde – disse o Eduardo.
- Pareces um caracol a subir! – exclamou o Nuno a rir-se.
- Olha que ainda há mais alguns degraus de metal para subir - acrescentou a Filipa.
- Como é que sabes? – perguntou o Nuno.
- Li na internet – respondeu a Filipa.
- Já chegámos, vamos até à varanda – disse a Gabriela.
- Ai que ventania! – protestou o Eduardo.
- Sabem que este farol é o mais alto de Portugal e foi inaugurado em 1893? - informou a Filipa.
- Está claro que sabemos – disse o Eduardo.
- Então qual é a altitude do farol? – perguntou a Filipa.
Reinou um grande silêncio naquela varanda.
- Pois é, não sabem! Tem sessenta e seis metros de altitude – informou novamente a Filipa. - Também sei que o cilindro do farol tem quarenta e quatro metros e meio de altura, que o foco luminoso se situa a sessenta e dois metros de altura e que projecta raios de luz a cerca de sessenta quilómetros de distância.
Todos adoraram ver o mar, a praia, as lojas, as ruas da Barra e as gaivotas a voar.
De repente, a Filipa olhou para o chão e viu um papel dobrado. Apanhou-o e começou a procurar um caixote do lixo. Não viu nenhum, mas entretanto reparou que o papel era estranho: tinha uma forma esquisita e parecia que tinha andado cuidadosamente dobrado nos bolsos de alguém. Decidiu abri-lo.
- Olhem, uma mensagem em código! – exclamou a Filipa espantada.
Juntaram-se logo todos à volta dela.
- O que será que diz aí? – questionou o Eduardo.


Resolveram voltar imediatamente para o parque de campismo. Todos queriam tentar decifrar a mensagem. Quando lá chegaram, sentaram-se no café e começaram a olhar para as letras com muita atenção. Viraram o papel ao contrário, mas continuaram sem perceber o que lá estava escrito.
- Se calhar as letras estão trocadas – disse a Gabriela.
Então, começaram a escrever as letras seguindo diversas ordens, mas não conseguiram descobrir o texto. De repente, o Nuno, que tinha acabado de voltar da casa de banho e se tinha lembrado que as ambulâncias têm o nome escrito ao contrário, exclamou:
- E se experimentássemos ler a mensagem com um espelho?!
A Gabriela pegou imediatamente no seu espelho e viram a seguinte mensagem: “na praia à meia-noite”.
Como o Nuno e o Eduardo já estavam a ficar com fome, resolveram todos ir tomar um duche e preparar o jantar. Enquanto as meninas coziam o esparguete, os rapazes cortaram as salsichas às rodelas e fizeram um molho de tomate. Depois, prepararam uma salada.
Durante o jantar, a Filipa disse para os outros:
- Acham que devemos ir à praia à meia-noite?


- Sim! – responderam os outros entusiasmadíssimos.
- Parece-me que temos que ter muito cuidado. Pode ser perigoso! – exclamou a Gabriela.
No fim de lavarem a louça e de arrumarem tudo começaram a jogar Monopólio para passarem o tempo. Às onze e meia foram até à praia e esconderam-se nas dunas.
Passado algum tempo, a Gabriela olhou para o mar e viu um barco sem luzes a aproximar-se da costa. O Nuno viu três homens vestidos de preto saltarem do barco para a areia molhada. Depois, os homens tiraram algumas caixas do barco e começaram a puxá-las em direcção às dunas. Então, os quatro amigos viram os homens fazer um grande buraco na areia e viram-nos enterrar as caixas com todo o cuidado.
Em seguida, os homens voltaram para o barco e desapareceram.
- Vamos ver o que está dentro das caixas? – disse o Nuno.
- Não temos pás para desenterrar as caixas!
- Isso parece-me perigoso! – disseram as miúdas ao mesmo tempo.
- O melhor é irmos chamar a polícia marítima – disse o Eduardo.
Então, os quatro amigos dirigiram-se para o café mais próximo e pediram ao dono que telefonasse à Polícia.
Quando os polícias chegaram não acreditaram logo na história dos meninos, mas a Filipa mostrou-lhes a mensagem em código e tinha um ar tão ajuizado que eles decidiram ir com os quatro amigos até às dunas.
Já era quase uma da manhã quando finalmente os polícias conseguiram abrir uma caixa.Dentro da caixa havia muitos montinhos de notas de quinhentos euros, todas novinhas em folha.
- Vamos levar estas caixas para o laboratório porque é preciso analisar as notas para sabermos se são verdadeiras ou falsas – disse um dos polícias.
- Vocês não deviam estar na cama? – perguntou outro polícia.
- Nós temos as nossas tendas montadas no parque de campismo – respondeu o Nuno.
- Então querem que os leve para lá?
- Sim, se faz favor – disse a Gabriela.
No dia seguinte, ouviram dizer no noticiário da televisão que a Polícia tinha apanhado os três homens durante a noite e que as notas de quinhentos euros eram falsas. O porta-voz da Polícia também disse que sem a ajuda dos quatro amigos não teria sido possível apanhar os criminosos.
Como recompensa, a Polícia marítima levou os quatro amigos a dar um passeio de lancha até Espinho.
Estas férias na Barra foram as melhores férias de sempre do Eduardo, da Filipa, da Gabriela e do Nuno.

História colectiva - P.A.P.E.